Número de detidos pela PJ por fogo posto triplicou este ano
Número de detidos pela PJ por fogo posto triplicou este ano
22 September 2009
published by ultimahora.publico.clix.pt
Portugal —
A Polícia Judiciária deteve este ano em todo o país 74 pessoas suspeitas de crimes de fogo posto, 35 das quais por incêndios florestais.
Rui Almeida, responsável pela Directoria do Centro da Polícia Judiciária (PJ), sublinhou que em relação a 2008 houve um maior número de ocorrências de incêndio florestal comunicadas à Judiciária (2243 contra 1743), bem como maior quantidade de inquéritos abertos (1357 contra 918), mas que, apesar dos mesmos meios de investigação, foi conseguido mais do triplo de detenções.
De acordo com os dados fornecidos pela PJ, até sexta-feira passada foram detidos 35 suspeitos de incêndio florestal, contra oito em igual período do ano passado, e 39 por incêndios urbanos, mais 24 do que em 2008.
Dos 35 detidos este ano por incêndio florestal, 13 ficaram em prisão preventiva por ordem judicial, enquanto em 2008 esta medida de coacção mais gravosa foi imposta a apenas duas pessoas. Este ano foram ainda decretadas seis prisões preventivas por suspeita de autoria de incêndio urbano, mais duas do que em 2008.
Contabilizando por áreas de jurisdição da PJ, a Directoria do Norte foi a que efectuou mais detenções (14), seguida da do Centro (dez) e da de Leiria (cinco). As restantes detenções foram repartidas pelas directorias do país.
Traçando um perfil das profissões dos alegados pirómanos detidos, Rui Almeida adiantou que há seis agricultores/pastores, cinco com profissão desconhecida, quatro serventes de pedreiro, três ajudantes de cozinha, igual número de reformados, um ex-vigilante florestal e um bombeiro, todos com idades entre os 17 e os 80 anos. No total de detidos encontram-se duas mulheres, uma por suspeita de incêndio florestal e outra por fogo urbano.
Entre as razões apontadas pelos detidos para o cometimento do crime, o responsável pela Directoria do Centro da PJ apontou a vingança, motivos fúteis, atracção pelo fogo e limpeza de terrenos.
Em declarações à Lusa, Rui Almeida justificou o aumento exponencial de detidos com um maior esforço e dedicação de todos os investigadores da Judiciária, concentração de meios humanos e materiais da PJ coincidente com a época de incêndios, melhor articulação com as entidades ligadas à Protecção Civil, melhor articulação com outros órgãos de polícia criminal, designadamente GNR e aumento do número de ignições.