Matagal usado pelo tráfico na Cidade de Deus será queimado
Matagal usado pelo tráfico na Cidade de Deus será queimado
9 January 2009
published by oglobo.globo.com
Brazil — Uma área de mais de dez mil metros quadrados de matagal localizada nos fundos da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, será incendiada pelo Corpo de Bombeiros a pedido da Polícia Militar, como informa reportagem publicada neste sábado pelo jornal O Globo(acesso à íntegra somente para assinantes) . O objetivo é expulsar traficantes escondidos naquele ponto, na localidade conhecida como Caratê. Com a queima do matagal, a área ficará descoberta, possibilitando a visão total do lugar.
– Aquela região é um charco. É de difícil locomoção. Há manilhas enormes espalhadas que os traficantes usam como túneis. Eles montam acampamento e nos veem. Nós não conseguimos vê-los. É preciso limpar aquela área – disse um policial militar.
O Corpo de Bombeiros pretende usar um equipamento chamado pinga-fogo e uma técnica que impede que as chamas se alastrem e causem danos em regiões próximas. O pinga-fogo é utilizado no combate a incêndios florestais. Para evitar que o fogo se expanda, queima-se uma parte da mata ainda intacta e que seria atingida pelas chamas. O incêndio controlado poderá acontecer já neste fim de semana ou na segunda-feira, segundo o coronel Paulo César Lopes, comandante da 2º Comando de Policiamento de Área (CPA). O Corpo de Bombeiros aguarda o resultado de um estudo de impacto ambiental.
Operação ocupa últimos redutos do tráfico na Cidade de Deus
Policiais militaresapreenderam 113 tabletes de maconha em operação sexta-feira na Cidade de Deus, em Jacarepaguá, ocupada desde o final do ano passado pela polícia. Este foi o saldo da operação que marcou o início da terceira etapa da ocupação da comunidade. A polícia também conseguiu ocupar a última área ainda dominada por traficantes, na localidade conhecida como Karatê, um dos pontos mais pobres da favela. Um adolescente de 16 anos foi detido. Uma central de TV a cabo clandestina foi desmontada e 38 construções irregulares, demolidas.
Uma creche abandonada serve como quartel improvisado para os policiais, que usam mapas para identificar as áreas de ação. Ao todo, 200 policiais militares participaram do cerco. Fiscais da prefeitura aproveitaram a ocupação para ordenar o espaço. Derrubaram um muro que impedia a passagem de pedestres e demoliram outras construções que também invadiam as calçadas.